Autonomia e Consciência nas Decisões de Carreira

Quais são os efeitos que a autonomia e a consciência têm nas nossas carreiras? Este artigo tem o objetivo de falarmos de outros conceitos da Análise Transacional (AT) e que se relacionam com as exigências do mundo moderno – a necessidade de assumirmos as rédeas do próprio caminho e destino enquanto profissionais.

De qual autonomia estamos falando

Segundo Eric Berne, psiquiatra canadense fundador da AT, a principal finalidade deste modelo psicológico é atingir a autonomia.

“Ser autônomo significa governar a si mesmo, determinar o seu próprio destino, assumir a responsabilidade pelas suas emoções e sentimentos, e desfazer-se dos padrões, que são irrelevantes e inadequados, para viver no aqui e agora”.

A autonomia sobre a qual falamos, portanto, tem a ver com a autonomia relatada por Berne. Não é apenas ter liberdade para agir, mas ter consciência e responsabilidade sobre as próprias emoções, sentimentos e comportamentos. É, logo, algo mais abrangente do que ter maior controle dos horários, atividades e outros compromissos profissionais. Muito embora ao exercitar essa autonomia de Berne, significa sim, ao final, outros tipos de liberdade. Além, claro, de responsabilidades.

Ainda segundo o principal autor da AT, “o homem nasce livre, mas a primeira coisa que aprende é agir conforme o ensinam, e passa o resto da vida fazendo isso”. A autonomia é, por isso, ilusória. Para a Análise Transacional a autonomia acontece quando desenvolvemos três habilidades: 

  • a consciência, 
  • a espontaneidade e 
  • a intimidade

Neste texto falaremos sobre a primeira, a consciência.

“Nada é mais precioso do que estar presente. Totalmente Vivo. Totalmente consciente” Thich Nhat Hanh. Figura de várias mãos abertas, mãos de diferentes cores, sobrepostas.

A consciência do aqui e agora

Consciência significa ter conhecimento do que ocorre no presente momento, no aqui e agora. Para atingir este grau de conhecimento é preciso perceber o mundo através do contato com ele, ao invés de usar apenas o que lhe foi ensinado. Significa apagar antigas opiniões e crenças que podem estar distorcendo sua percepção do presente. Além disso, significa prestar atenção nos próprios sentimentos e emoções e perceber quando estamos relaxados, tensos, alegres, preocupados. Ter consciência, portanto, é conhecer o próprio mundo interior.

Retomando os conceitos de estados do ego sobre o qual falamos no artigo – Análise Transacional no desenvolvimento pessoal e profissional – ter consciência é colocar o Adulto como principal executivo. Envolve perceber e avaliar o contexto em que se está e relacioná-lo com o conhecimento e com as experiências passadas. Neste processo verifica-se o que é real, separando o que são fantasias, tradições, opiniões, sentimentos antigos etc. Ao olhar para a realidade e testá-la, abre-se caminho para a descoberta de novas alternativas.

Como amadurecer consciência

Todos nós temos capacidade de colocar o nosso Adulto no controle dos demais estados de ego – Pai e Criança. Para isso, significa parar, olhar, escutar, ouvir e sentir por si mesmo. Avaliar antes de agir e assumir a responsabilidade pelos próprios sentimentos, pensamentos e comportamentos. É prestar atenção no que ocorre com você. É olhar para dentro e cruzar as informações percebidas com os conhecimentos e com as experiências passadas. Sentimentos do estado de ego Pai geralmente são aqueles “imitados”, provenientes de crenças herdadas das nossas figuras parentais. Sentimentos experimentados na infância são manifestados pelo estado de ego Criança. Agora, sentimentos genuínos em resposta a uma situação real que está acontecendo no presente são expressões do estado de ego Adulto.

Colocar o seu Adulto como executivo não significa agir sempre apenas com ele. Quer dizer que o seu Adulto permite a expressão adequada dos outros estados do ego, afinal, eles também fazem parte da sua personalidade e são tão importantes quanto.

Como ter Autonomia e Consciência nas tuas escolhas e decisões de carreira

Quem está insatisfeito com o seu trabalho ou com as suas atividades atuais pode escolher permanecer assim ou não. Poderá procurar alternativas com base em suas habilidades, capacidades, interesses e motivações.

Poderá investigar o que realmente quer de um emprego – se é a segurança, a estabilidade, o desafio intelectual, a oportunidade de conviver com outras pessoas – ou se busca outras fontes de satisfação a partir das suas atividades de trabalho.

A exploração destas e de outras questões pode ser feita a partir de um trabalho de orientação profissional e de carreira, um processo de consultoria personalizada voltado às suas demandas e necessidades. 

É um processo que se faz enquanto o outro, o cliente, se disponibiliza a estar presente no aqui e agora da sua realidade, por mais que esteja pensando em um projeto de futuro. E por mais que a condução deste processo também olhe um pouco para coisas que já aconteceram e que foram vivenciadas.

Essas perguntas estimulam a autonomia e consciência:

  • Ao refletir sobre sua vida até aqui, a que você percebe que deu mais valor?
  • O que é realmente importante para você?
  • De que forma os seus valores se relacionam com a sua vida profissional?
  • A maneira como você vive agora, reflete os seus valores?
  • Quem você acredita que é? E quem gostaria de ser?
  • Quais são as potencialidades que você possui para atingir quem gostaria de ser?
  • Você valoriza o que fortalece a sua potencialidade?
  • Quais são as suas principais barreiras ou obstáculos?
  • Ao refletir sobre uma experiência profissional importante para você, quais foram os seus principais aprendizados?
  • Quais emoções estavam presentes neste momento marcante?
  • O que estas emoções significam para você? Elas costumam se repetir em outros momentos? Quando?

Estas e outras perguntas, bem como diferentes intervenções e exercícios, fazem parte do processo de aquisição de autonomia e consciência que auxiliarão você a responsabilizar-se pelo que sente, pensa, acredita e, portanto, escolhe, decide e faz. Ganhe autonomia e consciência iniciando o processo de Orientação Profissional e de Carreira – clique aqui e saiba como começar.

De onde saíram essas ideias:

  • BERNE, E. Você está OK? Análise Transacional. Os jogos da vida. Artenova, 1974.
  • BERNE, E. O que você diz depois de dizer olá. São Paulo: Nobel, 1988.
  • JAMES, M. e JONGEWARD, D. Nascido para vencer: Análise Transacional com Experiências Gestalt. São Paulo: Editora Brasiliense, 1976.

2 comentários em “Autonomia e Consciência nas Decisões de Carreira”

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